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domingo, 27 de maio de 2012

Armonial

Todas as peças começam antes da primeira cena.
Quisera eu e vos, sentir um cortejo semelhante.
Prevejo um mundo de pontes, tal qual agoniante
sem laços entre o dissonante e a miserável safena.

Busquei nessa fervura algo que me empurrasse,
mergulhei afinco num mar de choro tão profundo..
que podia fugir se qualquer 'não' me alcançasse.
E dancei sem parar antes que o mundo acabasse.

Chão quente, coração mole, uma morte surdina
uma fanfarra e mil sorrisos no meu feliz enterro,
pois nada me é tão vitalício, nem a tal insulina.

Já que meu matulão é minha própria sina,
que se misture tudo, da rabeca ao frevo.
Amor é tudo, quando se vive vida severina.
l.mar

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Destino Plácido

Mais sabe o tempo sábio, sabendo ser.
Que o consciente tem segredos a descobrir
e nesse mundo, tem teus olhos a me parir.

O momento estranho da tua aparição
se chocou com meu passado plastico, atroz
-que detalhe ameno foi te perceber pela voz!

Por custodia alguma, começo de novo.
O tempo, ja outro, me repelira outra dor
intervalo mútuo entre teu cheiro e teu ardor.
l.mar

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Engolindo choro

2198 dias, alguns anos,
e nada muda.
mas creio que mudamos,
apenas acontecimentos.

Não ficamos sabendo,
ausentes estranhos,
com passado incomum,
sem momento nenhum.

Hoje, to ganhando o mundo,
muito menos do que você.
Vejo mesmo que não seria
ao menos, viável te ter.

É que me cansei de tudo,
desse romantismo absoluto,
de viver algo só de mim..
não que não venha saudade.

Descobri o empírico,
só não e tão belo quanto.
Nesses dias, te imaginei
e não escondi o pranto.
l.mar

domingo, 13 de maio de 2012

A visita de um palhaço

Hoje me sentei pra sentir, teorizando meus planos.. Agi incontroladamente. Musiquei, trabalhei, produzi! Hoje, me arrependi, vivi.. escutei barbaridades, obvio. Tomei meu opio, lavei roupas, nao fiz comida, me gastei mesmo. Lembrei dos meus pais, vi meu time jogar e perder, fiquei feliz, mas como pode né.. fiquei feliz sim, eu ganhava, ainda estou ganhando. Ontem, fui a um festival de palhaço, nada como um "clown" pra mudar o dia, e pior é que percebo: ha mais gente divulgando ser contra o desamor no mundo, do que se esforçando para amar de verdade, que palhaçada.
l.mar

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Afeto do feio feminino

Cá comigo, amigo, que situação!
Sobre todas as pontes que criei..
Todos nos seguimos aquela lei
de disponibilidade e atração.

Tão decerto do momento,
não tenho argumento concreto
que me cale esse grito:
-Merda, maldito sonho
que tenho de uma saudade.

Me careço dela, não desta,
daquela menina do sorriso bonito,
tão visto, quisto, que me agrade!

Aquela que a curva do riso,
mesma curva da cova na bochecha,
mesma magia de um dia de borboleta.

Sei que nao passamos de um cisco
da natureza, sismo, contesto
vazio que sobrou do nosso afeto.
l.mar

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Fado Geologico

Não tinha motivos pra parecer,
mas não consigo esconder.
Já me deste prazer nas palavras!
Fico tão besta quando te vejo,
que um sorriso só, já não basta.

Quando te falei da minha sanidade,
de toda coragem que persigo,
no teu perfume me inflamasse,
e dentro de mim isso não cabe
mas sabe dos dias contigo.

Nesse tempo em que paramos
nem meche, nem adianta.
Dos segredos que provamos,
nada me espanta.
De qualquer forma, me encanta..

Considerando as hipóteses da trama
não tenho mesmo o que considerar!
Ou sonho mais e fico a imaginar
ou faço minha cama,
e fico comigo, a dialogar.

Pois quando me imagino por dentro,
uso botas e fumo meus cigarros,
seguro de mim e do meu martelo..
a analisar um tempo certo..penso:
-nessa vida não se tem atalhos.

Ainda que em cada mistério
me solucionaste,
adentrasse em mim, e eu, traste,
tão excêntrico de tuas dobras..
rochas e anomalias, são rotas, de praxe!
l.mar

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Gangrena

Sem resposta. É um novo dia.
Neste céu só cabe azul,
é o que irradia, noite zulu,
nenhum britânico me irritaria.

Uma xerox amiga, tão qual colorida,
me leu, achei ótimo a incompreensão,
que pelo teu egoismo em vão
ganhaste de mim uma pena sentida.

Da próxima, guarde este aviso,
não se guarde tanto enquanto amigo,
muros, pontes, um rio seco, nascente.

Quanto ao teu teto de vidro,
tão fosco pra não enxergar estrelas.
A miopia ainda há de te deixar descrente.
l.mar