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terça-feira, 6 de novembro de 2012

Onde a geologia nasce, a poesia descansa

O menino que corria contra o tempo
Mal podia ver um afloramento
E já arregalava os olhos.
Mesmo que não fosse abrolhos,
Ou só mesmo a erosão do vento.

Imaginava elucubrar sonhos nas praias,
Correr por dentro dos basculamentos
Perceber novos cortes de estradas
E dentro destes, grandes falhas,
Dissociando químico e clástico sedimento.

Quanto as mudanças no espaço
Espiava noite a dentro cada problema
Das faces vermelhas de seu esquema
Simulava cada angulo do seu traço
E boom! Surgiu um astroblema.

Mas que coração insano,
Desrespeitava as antigas eras
Com seu martelo de Vulcano,
Percorrendo 4,6 bilhões de anos,
A decorar o reino minera.

'Pulano' entre os granitos recordados,
Evitava qualquer tipo de vulcanismo
Quando se deu conta dos aluminossilicatos
E das cores nos veios de quartzo
Apaixonou-se pelo metamorfismo.

Antes fosse apenas o que ele via,
Radargrama, Sismograma,
Custou entender a anisotropia,
E os sistemas cristalográficos de simetria
Pra onde o futuro te chama?

Onde a geologia nasce
Onde a poesia descansa
Que esse rio sempre se disfarce
E que essa anomalia te abrace
Aqui se faz, aqui se ama!

Ele entendeu o recado..
l.mar

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Um pé na soleira e um pé na calçada

Quando era lembrado por datas, lembrado por manias, escorreu uma lagrima, que ele mesmo segurou. Ele ainda se doía, já se cansaria de tudo que passou. Talvez esse fosse o desejo dele, se mudar de vez pra outra cidade.

Ele ta cansado de fazer média, de ser ele mesmo.
l.mar