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quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Alquimista Embriagado

Se fosse pra ter saído assim
era melhor nem ter entrado.
E se o Alquimista tivesse
de bom senso, vislumbrado
de fato, que foi o Álcool
a mais perfeita desculpa..
ele morreria de sarcasmo.

Hoje mesmo se morre
simplesmente de morte
de morte da solidão
da alegria no coração
de ateísmo e preconceito
de excesso de respeito
até do azar de se ter sorte.
l.mar

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Supor mais pessoas

Supus gostar mais destas pessoas.
Somente se eu gostasse mais de pessoas.
Certas condições não são suficientes.
Parei de supor
Parei de topor
Parei para abraços, pros novos amigos.
Supondo que fui ser mais pessoas.
l.mar

Litoral

O que você é de verdade?
Alem das tuas sardas e do teu olhar tão fundo..
depois da linha tão distraída
quase querendo se dar a tudo que aparece pela frente.
Alem de meia duzia de coisas que concordamos
és o que? Não é só palavras.
(Foi só aquelas palavras?!)
Alem do teu cabelo solto, tão mais bonito
a certeza foi sempre gostar de coisas despojadas.

Passasse como vento, não levou tudo, mas abriu o sol.
Ainda é Litoral.
l.mar

domingo, 22 de dezembro de 2013

Bem mais pedra que João Cabral

Pensei ter me avistado atras daquele grupo de gente, atras de meia duzia de vodka, atras da minha própria embriaguez. E mais ainda, fiquei bem mais embrigado quando indaguei tua presença: - O que fazes na minha frente?

Pensei nunca ter ouvido aquelas palavras tão minhas, aquelas respostas tão tuas, lembrando uma conversa já cantada em outra música. E cada sílaba escutada me trazia momentos que já passei a alguns milhares de km daqui.

Mas como diz o poeta: - Poesia é coisa solta, bala perdida, esperando achar um oco num corpo vago. Mas alem de achar teu corpo, achei, de volta, minha ingenuidade.

Joguei minha prosa ao vento, fugindo dessa guerra fria que é o sentimento. E por qualquer momento, voei de volta as terras distantes, et cetera e tal..

Nesse momento, já sou outro poeta, cansado, calejado, bem mais pedra que João Cabral.
l.mar

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Fez sua imagem e semelhança

Creio
que não seja questão de fé
um corpo preso numa cruz
que também não seja fé
algo fora de nossa consciência
fora de nossa natureza.
Creio
que não seja de estranhamento
que, negativamente,
ligações atômicas aconteçam
que por estabilidade de energia
um retículo cristalino seja padrão.
Creio
que seja mais que alento
tudo o que não nos pertence
e logo seja inventado
e logo não seja diferente
do que realmente somos.

"O diferente, primeiramente é condenado, posteriormente tolerado, logo após superado, normalizado, e por sua vez opressor".
l.mar