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segunda-feira, 28 de abril de 2014

Um fio de integridade

As ruas desta cidade
estão ficando pequenas
estão se entrelaçando
organismos se amando
em cada gole de cachaça
cada beijo inútil e rúptil..

Cada cabeça pesada
calcula o próximo êxtase
depois da manguaça
perde-se a síntese
(perde-se ate esta rima)
quase perde a vida, quê

Quase não rima com nada
e quando se expõe a dádiva
se liberta a grande verdade:
- Cada um que se persuadir
ainda esconde dentro de si
um fino fio de integridade.
l.mar




quinta-feira, 24 de abril de 2014

A insustentável leveza

Teu juízo de valor
Me engolindo
Como um medo, uma dispersão
Teus olhos tão lindos
Já perderam encanto
No que sobrou da paixão
E logo tu, morre afogada
Dentro e fora de mim
Como expulsa o coração
E se não for aqui
Siga elucubrando
Reaparecendo noutra mansidão
Quando passares por ai
Lembrando-te
Que o mundo é balão
Que se escolhe,
Por loucura,
Viver por emoção
Já que nesses tempos
Vem se confundindo
Insanidade com razão.

l.mar

sexta-feira, 4 de abril de 2014

No doce dos teus olhos

Há uma distancia segura
Entre a curiosidade e o pessimismo
Onde a curva do não se separa do sim
E um pouco de cautela é quase cinismo

Há, no doce dos seus olhos,
Coisa que escapa a calma
Aquele nó antigo que o peito me afaga
e me doi a alma.
l.mar