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domingo, 25 de maio de 2014

Brasília

Onde se encontra a saudade
Tambem se encontra o receio
naquela epoca alguem tinha que ser grande
E voce era pequena demais
Eu podia andar pelo teu céu e pela tua pele,
Eu pulava tuas superquadras
Eu, quase cidade satelite,
Na tua boca orbitava
Gostava da tua temperatura
Me molhavam e me secava,
Tua arquitetura antiga
Comunista, Agradava..

Mas eu, ariano torto,
Precisava
Sair da zona de conforto
Fingir que não te amava..
Capricho meu
Que geografia! Esse encanto teu..
Nos teus 10% de umidade, fui humilde
Ca nestes 80 nem sei..
Teu habitante blase tambem nao fui
Levo comigo tua secura
Pra justivicar meus calos..
Carrego teu outono comigo

É, contrariado..
Mas boa parte de mim é cerrado.
l.mar

terça-feira, 6 de maio de 2014

Fronteiras

As vezes tenho a impressão
que nunca vou achar esse lugar
tenho a impressão que seja uma pessoa
que seja um abraço me esperando
as vezes penso em viajar
pra bem longe
as vezes acho que só basta cantar
as vezes acho que posso comprar
as vezes só mudo de nome.
Na verdade
ainda nem sei por onde começar.
É querer demais:
esquecer fronteiras, tudo ser um só lugar.
l.mar

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Cheiro do Ralo

Rancoroso
O poeta não perdoa
E fica calado..
Carrega sua poesia e atira!
O poeta é atirador,
atira o amor, atira a dor
tira o amor e a dor na hora que bem entender.
O poeta não perdoa
e não deixa errar duas vezes
frio, close nos olhos frios,
Ele vê o alvo passar
e já vai passar pra próxima
Ele pisca
num piscar de 150 batimentos por minuto
Suor pingando
[cheirando o ralo, aquele olhar de Wagner Moura..]
Atira!
Atira seu pessimismo em quem mereceu.
Poesia, bala perdida.

"- Isso aqui cheira merda.
- É, é do ralo ali.
- Num é não.
- É, o cheiro vem do ralo ali.
- O cheiro vem de você.
- Não. Não amigo, to com problema no banheirinho aqui oh. No ralo aqui.
- E quem usa esse banheiro?
- Eu
- Quem mais?
- Só eu
- Então. De onde vem o cheiro?" {Filme: O cheiro do Ralo}
l.mar