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quarta-feira, 27 de março de 2013

Caçador de propósitos

Confirme-se, conforme-se!
Conte-se como é beirar a beirada do tempo.
E como é sentir-se aflito e atento?
Diga-se se não é? Diga-se então se é!
Faça-se de esperto e cale-se..
E de vinho tinto, de sangue, embeba-se!

Mas sabe-se que com as musicas.. oh Deus!
Não se passa dessa vida sem magoar ninguém.
Já não poderia ter havido felicidade sem esquecimento.
l.mar

sábado, 16 de março de 2013

Coração-túmulo

Tenho que pensar
sobre o que vou escrever
sobre o fato de aguentar
a distancia que tomas de mim

Tenho que lembrar
e tua pergunta me fez dizer
se é pra arranjar
alguém bacana assim

Hesitei em te falar
e de cara responder
que passei por esperar
tua volta e teu sim

E o que me fez imaginar
que você poderia entender?
que minha ilusão era festejar
a primavera em teu jardim?

Você vivia a brincar
o carnaval que parece perecer
a quarta-feira que vai acinzentar
meu coração-túmulo em festim.
l.mar

quarta-feira, 13 de março de 2013

Seu, em 3x4

No que você me prende tanto?
"Você me tem fácil demais, mas não parece capaz de cuidar do que possui.."

Ainda é mistério o que fazes de mim.
O que me engole com palavras e promessas, me toma de um jeito, do qual, duvido, alguém ter se dado tanto assim para alguém.
Se devo comer na sua mão, eu não sei. Talvez eu tenha nascido pra ser leal ao que sinto.
Mas se isso for psicose.. o que sinto já tem nome, e não seria diferente do teu.
Pra ti, sou tão barato, que qualquer encontro me ganhas.. sim, me sinto vadio na tua boca e no teu peito.
l.mar

domingo, 10 de março de 2013

Ainda ganho o mundo dentro de ti

Desde quando a gente se escolheu,
nunca deixamos de ser pra nos dois.
Mesmo quando a chuva apareceu,
tudo despencou, e ficou pra depois.

O mundo era sorriso e esperança.
Nossos passos já nos fizeram voar.
Qualquer coisa meiga, uma criança
e eu já sabia que podia te esperar.

Em quantas rimas pobres te amei?
Se nos poemas mais baratos, agredi.
Ponho em nós a vida que solucei.
Ainda ganho o mundo dentro de ti.
l.mar


O verde fazia sentido, Sartre.

Perdi meu maior presente no passado.
E enquanto coloria meu mundo de cinza,
evitei sujar meus pinceis com os verdes mais bonitos.
Foram olhos que me olharam e me levaram ao céu.
E eu acreditando que as nuvens machucavam mas que pedras.
Isso não fez sentido, Sartre.
l.mar

segunda-feira, 4 de março de 2013

Audácia

Não tenho sido triste a muito tempo,
nem tenho sido melancólico o suficiente.
Tenho tentado firmemente,
descansar do que acho tão prudente,
embora eu saiba voar a favor do vento.

Piso e vou onde posso enxergar,
os afloramentos in situ me fizeram crescer.
Ponho mão e meu coração onde posso ver.
Pratico desapego entre outros clichês.
Mas sei valorizar o que se é de valorizar.

E não vou me acostumar a prever meu dia,
pois certeza já tive, e tenho tido de monte.
O que vejo de perto já parece ser o de longe,
e onde estou hoje, não é onde estive ontem.
Esta audácia por mudança, por enquanto, sacia.
l.mar