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sábado, 27 de abril de 2013

Teu sorriso, teu brilho

Nessas asas de vidro
um abrigo, pode ser o teu
um abraço amigo
pode ser o teu..

Mesmo indo, vou contigo
e esse céu é menor
que teu sorriso se abrindo,
céu é teu sorriso se abrindo..

Escondendo a felicidade
num canto, perdido
dos olhos que abrem
e enfeitam teu brilho.

E teu brilho cega
esse mundo inteiro
que só me tem por inteiro
se tem teu sorriso.
l.mar

quinta-feira, 25 de abril de 2013

A coisa mais simples

Eu quis escrever a coisa mais simples que vi em você
E juntei:
a praia com areia mais branca,
o fim de tarde com o céu laranja
a noite brilhando as luzes das estrelas(somente)
aquela serra de arenitos coloridos(na estante)
o mar calmo, como se sobrasse apenas argilas

Mais tarde te chamo pra sair pelo mundo, martelando.. e chamando isso de amor.
l.mar

terça-feira, 23 de abril de 2013

Já dizia Cazuza..

Agora vem e me pergunta quem são.
Digo que tenho inocencia nua.
Do que sou feito, e se sou são
se moro na mesma rua,
se tenho compaixão..

Eu ando de ônibus,
e finjo que a cidade não me engoliu.
To na geração do meio,
e mesmo sendo inteiro,
boa parte de mim já partiu.

Quem sabe a viagem me convença
e eu me entorne o lúdico e oferecido.
Pois aqui só me atenho distraído.
Consumindo meus passos de esperança.
Rebolando nessas asas de vidro.

Mas ainda teve uma droga, e me seduzia!
Foi me torna filho, madrasta terra.
Que se mostra eficaz e assim erra,
dando aos seus filhos de orgia
a raiva que dilacera.

"Não tive tudo na mão, né vó"
"Depois morre e não sabe porque"
"macho que é macho.."
E mais uma vez esqueci a rima,
Apenas sabia fazer o de casa.

Sei o que faço, e porque faço,
mesmo sabendo que não tenho resultado.
É que quando se nasce
alguém grita do espaço:
" -Mais um achando que de tudo sabe!"

l.mar

domingo, 21 de abril de 2013

Em mí menor, se nasce maior

"Calma que o sol é o mesmo de lá,
Calma que a nuvem um dia vai passar

Em mí menor, se nasce maior."


Em mí menor te fiz coroada com as belezas do mundo.
Te dotei das melhores coisas e de lá um por do sol.
E a esperança nunca estaria em mí bemol.

E não sabendo esquecer, desaprendi a escrever.
"Entro de sétima, modulo o tom.. a musica é outra.
Mas a melodia é sua, já não podia prever.

Nasci maior.
l.mar



sexta-feira, 19 de abril de 2013

Pedras brilhantes e azuis

E nos entendemos muito bem.
Nos sabemos nossos sonhos, e eles não são feitos só de pedras.
Existe sempre aquela casinha velha de madeira, entre as cachoeiras.
(Cheia de cachorros)
O que não consigo te dizer esse tempo todo:
- Incrível, como você consegue ser mais incrível a cada dia.
O que não consigo me dizer esse tempo todo:
- Porque não digo que tu é especial?

Qualquer dia desses, eu te deixo um rastro de pedras pelo caminho..
pedras brilhantes e azuis, aquela mesma.
Pra ver se tua estrada cruza a minha, e largo de vez esse receio
de achar que tua estrada vai mais longe que o céu.
(tão alto para minhas pedras).
l.mar
Cianita

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Toda mulher é um iceberg

Toda mulher é um iceberg
é a ponta do mundo sobre o mundo inteiro.
Toda mulher é imensa geleira,
deixando rasteira no chão estreito.
Toda mulher é terra crua
é rocha nua esperando lapidação.
Toda mulher é bacia e cratera
que minera qualquer vastidão.

..é a falha transcorrente, que segue tangente
e arrasta as camadas findando a tensão.

..é vulcão viscoso, derramando e abraçando
basculando, falhando, e depois, deformação.
l.mar

domingo, 14 de abril de 2013

Vertigem

Tenho a obrigação de me contar a pior das historias todos os dias. Antes isso fosse show ou drama de um ser que fala muito, vive pouco e espera demais.

A historia se trata de um animal, um qualquer, mamífero, inseto, algo que apenas se reconheça: animalesco. E a historia desse animal é sobre uma estrada clara, linear, e por isso mundana. Porem ele faz questão de faze-la 'sua casa, seu lar', um espetáculo. Mas quantos espetáculos existem em meio a tantos outros? Quase não sabemos.

Esse espetáculo era seu maior amor, dava-lhe imensas esperanças.O enredo não importa, mas o fim lhe deu gastura, vertigem! Como alguém que cai em si, e na própria realidade que mal existe.
l.mar

terça-feira, 9 de abril de 2013

No meio de um planalto vazio

Imagina se fosse pra dar certo? Você não seria tão sonsa assim.
Eu conheceria as pessoas certas nos momentos certos, e a cada passo o sinal ficaria verde.
Mas o chão pesou, você murchou, subductou, e o máfico se expôs, se erodiu..

Bem no meio de um planalto vazio!
l.mar

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Meu ópio, meu amor..

Achei que você iria ligar as meia-noite. Também achei que você ficaria mais um pouco naquela tarde.
Também achei que você perceberia minha imensa patologia em esquecer o passado, como se não me lembrasse do mundo antes de você. Te lembro todo dia, e isso esta sendo cancerígeno. Estou aidético, leucêmico, e você me tira todas as forças.. Meu ópio. E agora é doença, o que antes foi remédio.

l.mar