Talvez você passe por aqui

quarta-feira, 4 de março de 2015

Rubrica

Temo que todos os artistas são feitos você antes da fama. Brilhantes e medrosos. Qual foi o passo a mais? - Pensa você. O quão de sentimento renegaram? A arte então ceifa a pureza do genuíno, e faz do simples essa coisa vendida. E vida não é se vender? - indago-te. Em meio a tantas rubricas, deixamos a cerveja esquentar. E amigo, a vida espera.. Cerveja não.

l.mar

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Divisão de bens

Dividiram os bens.
É bem melhor cada um pro seu canto.
Cada um pro seu bar.
Cada um pros seus amigos
Cada um com sua opinião
E seu próprio amor próprio.
Só não dividiram o amor que sentiam um pelo outro
Por distração, indisposição, incompatibilidade.

l.mar

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Carnaval

Há um carnaval no meu violão. São dias de folia, dias cinzentos de melancolia. Vibra as cordas e os confetes no ar.
Há um carnaval no meu peito, mas me falaram: se perder.. calma, se sorrir.. fica.
Há um carnaval no meu quarto, aquele que os móveis me fazem tocar uma música cheia de saudade.
Coleciono carnavais pela vida, e faço deles todo sentimento. É a escola de samba estourando o tempo na avenida. É o frevo sem trompete. O Maracatu de único baque. Brinco bem muito, é essa coisa de artista de dor a prazo, mas quem me vê já sente na vista. Meu bloco é aquele segundo álbum daquela banda que sempre passa no meu carnaval.

l.mar

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Quem diria

Daqui, vejo teu vans preto, tamanho 33. Quem diria que o fim é um começo. Que é tão quente teu amor, dado assim displicente. Tão menos meloso e mais sagaz, a futilidade do amor inteligente. Quem diria que eu iria gostar tanto do teu nome, do teu cabelo curto e da tua pressa. Olha, tenho muitos silêncios perdidos, e eles se dividem entre mim e você. As vezes em mim o silêncio é vaidade, as vezes em tu o silêncio é teus olhos. Quem diria, enquanto tu pede pra eu parar de nadar nos teus olhos, eu me sinto completamente afogado neles, um explicação nada científica, mas eles viram poesia nessas horas, sabe como eu sou com poesia. Quem diria, eu parei de escrever, e hoje já tenho uma dúzia de melodias pela metade que não sei o que fazer. Quem diria não, não precisa mais dizer. Ta meio na cara o quanto amei quando você resolveu aparecer.
l.mar