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domingo, 30 de setembro de 2012

Eu não sei fazer amor

Como câncer, como leve frio da madrugada,
me movo para qualquer emboscada.

Em parte do que acontece, fico a parte,
tão perene. -Me descarte!

Temo o imbróglio do veneno, e..
sou todo fogo, e ainda espero meu gemeo, e..
sou todo terra, e todo virgem!

E aviso logo! Antes que me amem:
Me seduza pelo estrago e me queira pelo imperfeito,
pois eu consumo dor, pois eu não sei fazer amor!
l.mar

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Estranha mania de ter fé na vida


Comparado a tua presença, eu vi a natureza fazer suas pirraças; algumas delas você me explicou muito bem. Foi como ver o céu sorrir, se sentir tão pequeno - Mas eu vou construir meu avião! Eu vou chegar perto de você, desse céu.

Dela, eu espera um pouco de tudo: tempestades, tardes de sol, um dia encinzentado, qualquer troca, embora o cansaço, que me desse alegria. Só que todo dia tinha sorriso.
Cheguei muito perto, e te provei seriamente, que a curiosidade é o grande amor do homem.
Eu já expliquei num pedaço de pedra toda a 'platonicidade' e a impossibilidade dos encantamentos.
Entendi, e com convicção, que de nada adianta o caminho, se você não viver dentro dele.

Um verdadeiro e singelo obrigado!
l.mar

sábado, 22 de setembro de 2012

Um poema cheio de você

Um poema vazio, e já cabe qualquer lembrança sua.
Seja de alguns dias ou de alguns anos.

Um poema cheio de você.
l.mar

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

A intimidade é mesmo uma merda!

Ela adora ficar quieta, eu adoro falar.
Das poucas coisas que ela curte,
eu me desapego, é um fato!
Ela tem seus ciumes e adoro desculpas,
ela tem seus sorrisos e eu, as minhas culpas.

Como coisas diferentemente densas,
a gente se dá, mas não dá pra misturar.
A bochecha dela é uma desavença!
Ela é toda terra, e eu meio ar.

Ela desapegou tanto que largou a água,
e eu despistei o rastro do fogo.
Somos solutos opostos,
dissolvidos em suas bases.

A coisa varia tanto,
que parece ficção eterna.
A intimidade é mesmo uma merda!
Eu me amarro nela!
l.mar

Dedicado  Mahiaara Amanda

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Sangue no olho, inferno

As vezes da vontade de largar tudo, mandar tudo pra puta que pariu, sair xingando todo mundo que vem de bom senso.. Vem ver se é fácil.. A gaiola do meu quarto parece ser muito menor quando lembro que tenho que correr atras de tudo o que ainda cabe no brilho dos meus olhos, o que me mata todo dia. Tenho alguns metros quadrados pra ter paciência, pra planejar minha conta bancaria, pra solucionar minhas horas de estudo e as notas baixas; pra matar, sozinho, a saudade de uma penca de gente que está tão longe e tão perto ao mesmo tempo, pra evitar a preocupação dos meus pais. Pra fazer o meu futuro, esse aterro sanitário. Uma coisa explode ali, e o mundo acaba aqui. Fingir sorrisos e determinação, eu atuo muito bem!
l.mar

sábado, 15 de setembro de 2012

Estudo sobre aquela garota na minha frente

Entorno destes 2 metros, que parecem tão infindos, nasce mais uma curiosidade. Sobre como planeja os caminhos dos teus dedos sobre o cabelo preso, sobre teu vestido branco-bordado, sobre teu espirrar, tua impaciência, sobre meu olhar que penetra tua pele maculada, tão bonita. Afinal, pra que tanto estranhamento? Daqui a pouco tu me sai dessa biblioteca, daqui a pouco eu te tiro da cabeça.
l.mar

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Super-nova

Ela vai rastejar, ela vai se gabar até não dar mais,
ela vai se conformar com cada volta dele,
ela vai esperar, ela não para de pensar,
ela vive mas na dele que ele mesmo.

Ele vai ter a própria vida, ele já tem suas escolhas,
quantos nãos ele vai ter que dar,
quantas doses de realidade ela vai ter que tomar.
Nem comemora o próprio aniversario.

Uma super-nova aconteceu debaixo do seu telhado e ela fechou os olhos pro brilho das outras estrelas, até o universo acabar.. de vez!
l.mar

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

O seu quintal

Eu pensei em te escrever tanta coisa, te escrever o que anda acontecendo comigo, presumindo seu suposto interesse. Te interpretando bem, eu teria muita coisa pra escrever, contado todos os caminhos que eu tenho até chegar ai. Inclusive, eu arranjei as melhores desculpas ultimamente, acho que essa causa já deixou de ser um meio faz tempo. Vai ver eu sempre gostei de incógnitas mesmo; o fácil, o pratico, o manual, o contemporâneo.. Não! Eu não gosto de matar minha sede em qualquer lugar. Eu gosto do seu quintal!
l.mar

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Ela tem poesia

Ela lenvantava a sombrancelha, imaginando fazer a mesma cara de sempre, o mesmo sorriso que me ressacou. Finamente, erguia a ponta do fino nariz, e montava o riso geometrico, fazendo sobresair o resto da bochecha. Pelo queixo tão pequeno, algo tão 'noel rosa', nao lhe restava covas, tão pouco asas no sorriso, mas tinha toda a primaveira no seu brilho.Tinha todo outono nos seus cabelos, sua forma meiga que suspirarava o verão. Até tinha a apatia do inverno, ela me tinha em suas mãos.
l.mar

domingo, 2 de setembro de 2012

Entre as ruas de recife e as ruas de brasilia

Entre as ruas de recife e as ruas de brasilia,
há algo a mais que carros e solitários,
em lugar nenhum sobra tranporte,
em cada esquina conta-se com a sorte.

E correm os trabalhadores, apostadores
e migram os doutores, e os caminhoneiros
a pobre riqueza dos mendigos de terno
é o acido escaldaloso desse inferno.

Em ruas numeradas, uma igreja,
uma escola, uma padaria e farmacia.
O encontro entre o esgoto e o algodão,
a primavera traz saudade desse chão.
l.mar

sábado, 1 de setembro de 2012

Suas pétalas, gemas e musicas

Como sempre, me senti um leão do norte, leãozinho no meio dos passaros. Tive que me acostumar com esse chão de giz, achando que tinha a idade do ceu. Terminei indo por muitas vezes, me deixando com verso preso, percebendo que todo carnaval tem seu fim. Mas daí, voce me aparece, mostrando que todo fascinio é um ultimo romance, uma verdade chinesa, uma regra três. Eu sei que nao sou chico.., tambem não tenho as pétalas nem a gema certa pra te dar. Mas todas essas musicas me dão a liberdade de escrever nesse caderno que criei o inalcançalvel, voce. E nessa saudade de chumbo, com tanto tempo perdido, parece que em tudo ta faltando um pedaço: voce e suas musicas.
l.mar