Talvez você passe por aqui

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Heróis

-Você tem um jeito meio Cazuza de cantar.
-E de viver? 
-Um modo meio Chico. 
-E de pensar? 
-Algo entre Caetano e Renato. 
-E de criticar? 
-Meio Lulu. 
-E de andar? 
-Hora meio Camelo, hora Amarante. Vem cá, teus heróis morreram de overdose não? 
(risos) 
-Ainda não vi quem já sentiu igual. 

l.mar

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Saudades estreitas

Saudade de uma terra arrasada
Se eu volto hoje seria antiquado
Ou seria superquadra?
E que falta me faz a vegetação
Talvez faça parte sentir a ilusão
De hoje ser uma peça encaixada
Quisera eu ser viajante
No quebra cabeça daquele avião
Quisera não ligar pro arrogante
E eu mentindo, isso foi a paixão
Mas Brasilia era jovem
Hoje somos senhor e senhora
Regressando o por do sol de volta
Repensando os passados que me explodem
E os futuros que me guardam
Os amores que lá deixei
As pessoas que odiei
Triste mas valiosa vida
Hoje se repetiria?
Ou se estenderia feito esplanada?
As perguntas são atrasadas
E são vermelhas
Feito aquela terra arrasada.
Porem as saudades são estreitas.

 l.mar

sábado, 20 de dezembro de 2014

Arte carente

Acabo de ter claustrofobia. Estou livre no ar mas eu tive claustrofobia. Não sei se pelo peito apertado com os acontecimentos dessas semanas, não sei se pela frescura alheia, não sei se por ter aparecido algo belo e repentino de novo. Fiquei mas pratico mesmo? Fiquei essa coisa nojenta de novo? Esse fazedor de arte carente, sem nenhum proposito, sem paciência pros discursos, sem mais calos pra explicar o porque de tudo ter resultado nessa ânsia toda. Sinto vontade de vomitar. Fecho os olhos e me vejo olhando as coisas ao meu redor, tudo aparenta ser enormemente grande, os objetos engolem meus pensamentos, o som do sentimento é pifel ao universo ao redor. No fim o torpor tem a minha cara; neste recesso eu me entrego ao esmo da vida.

l.mar

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Egoismo sentimental

Quando me roubaram a preguiça e toda poesia, roubaram minha impaciência, me tomaram de assalto todas as horas do meu dia, só pra que eu pudesse dar o maximo que sobrava de mim.

Mas pra que então? Pra não restar nem a velha poesia do Vapor Barato de Waly Salomão? Pra enjoar do Escândalo de Caetano? Venho digerindo tudo isso como quem pega duas ou três poesias de Leminski pra ler, o tempo de uma lapada de cana.

Entre minhas tenazes nóias, coisa antiga minha, penso sobre todas as saídas que isso me deu. E veja, a melhor saída era nem ter descoberto a entrada. Não que eu vá enfim virar uma pedra e começar a testar a dureza dos outros. Por entender bem disso, eu não tenho caracter moral nem sentimental pra cruzar essa linha e flertar com a vulgaridade que já me riscou tanto.

Nessa parte me encontro tal qual um devoto católico olhando para seu santo milagreiro. Há de ter milagre ou tempo para crescer outro amor por essas terras?! Dê água, dê água.. Que as lagrimas de hoje, caem salgadas destes olhos fundos.

Qual música sobraria pra este regador então?! Uma noite e meia? Quem sabe um Pot-pourri, que não sobre tempo entre os sentimentais agudos dos compositores. Fugaz? Até demais pra mim. Eu não me acostumo com egoismo musical, poético, muito menos com egoismo sentimental.

Visto pelo meu sobrenome, cabe mais que o mar aqui. Assim, com prefixo gramatical de ausência: Amar. O que seria então essa epilepsia que sinto quando lembro de tudo que aconteceu?! Outro prefixo de ausência: Arritmia. Não, disritmia, já fugi daquela saia.. E quero sim me encontrar no mundo. Água nos olhos, mas pra espelhar corajosamente o encanto por outros olhos.

Com prefixo de ausência, e de persistência: Acreditar.

l.mar