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quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Alquimista Embriagado

Se fosse pra ter saído assim
era melhor nem ter entrado.
E se o Alquimista tivesse
de bom senso, vislumbrado
de fato, que foi o Álcool
a mais perfeita desculpa..
ele morreria de sarcasmo.

Hoje mesmo se morre
simplesmente de morte
de morte da solidão
da alegria no coração
de ateísmo e preconceito
de excesso de respeito
até do azar de se ter sorte.
l.mar

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Supor mais pessoas

Supus gostar mais destas pessoas.
Somente se eu gostasse mais de pessoas.
Certas condições não são suficientes.
Parei de supor
Parei de topor
Parei para abraços, pros novos amigos.
Supondo que fui ser mais pessoas.
l.mar

Litoral

O que você é de verdade?
Alem das tuas sardas e do teu olhar tão fundo..
depois da linha tão distraída
quase querendo se dar a tudo que aparece pela frente.
Alem de meia duzia de coisas que concordamos
és o que? Não é só palavras.
(Foi só aquelas palavras?!)
Alem do teu cabelo solto, tão mais bonito
a certeza foi sempre gostar de coisas despojadas.

Passasse como vento, não levou tudo, mas abriu o sol.
Ainda é Litoral.
l.mar

domingo, 22 de dezembro de 2013

Bem mais pedra que João Cabral

Pensei ter me avistado atras daquele grupo de gente, atras de meia duzia de vodka, atras da minha própria embriaguez. E mais ainda, fiquei bem mais embrigado quando indaguei tua presença: - O que fazes na minha frente?

Pensei nunca ter ouvido aquelas palavras tão minhas, aquelas respostas tão tuas, lembrando uma conversa já cantada em outra música. E cada sílaba escutada me trazia momentos que já passei a alguns milhares de km daqui.

Mas como diz o poeta: - Poesia é coisa solta, bala perdida, esperando achar um oco num corpo vago. Mas alem de achar teu corpo, achei, de volta, minha ingenuidade.

Joguei minha prosa ao vento, fugindo dessa guerra fria que é o sentimento. E por qualquer momento, voei de volta as terras distantes, et cetera e tal..

Nesse momento, já sou outro poeta, cansado, calejado, bem mais pedra que João Cabral.
l.mar

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Fez sua imagem e semelhança

Creio
que não seja questão de fé
um corpo preso numa cruz
que também não seja fé
algo fora de nossa consciência
fora de nossa natureza.
Creio
que não seja de estranhamento
que, negativamente,
ligações atômicas aconteçam
que por estabilidade de energia
um retículo cristalino seja padrão.
Creio
que seja mais que alento
tudo o que não nos pertence
e logo seja inventado
e logo não seja diferente
do que realmente somos.

"O diferente, primeiramente é condenado, posteriormente tolerado, logo após superado, normalizado, e por sua vez opressor".
l.mar

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Carta a Orfeu

Amor,
tenho ficado velho
tenho nao gostado de pessoas
e me apegado a objetos.

Tenho desacreditado
de uma alegria sincera
me empenhado
ao futuro que me espera.

Eu ate tinha, amor
todos os sonhos do mundo
de pedras, virei atirador
E QUE NOJO ESTA ESSE MUNDO?!

Eu nao me sinto mais eu
tambem nao tenho mais solidão
nem curo, nem poeto, nem Orfeu
fiquei orfão de coração
l.mar

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Enfeite de natal

Queria te dizer coisas antigas
Coisas que ainda batem minha porta
Vem como vento, lembrança
Me dizem: Bom dia.

Hoje, teu jardim feito de sorrisos
Fecha a cara se passo na esquina.
Aquela arvore ta morrendo seca
Junto com o nosso medo antigo.

Entre tantos outros que conheci
Teu jardim ficou, escola é o amor
De fato eu ate desapeguei.
Mas a afeição sempre fica.

Afeição, amor, é barato e resistente feito enfeite de natal.
L.mar

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Atados numa mesa de bar

O que faz de nós:
O que dizemos
Sóbrio ou não
O que achamos
E o que fizemos.
Mas nunca dizemos
O que realmente somos
Com base na publicidade que usamos
De esconder o cotidiano.
O obvio!

Sou o tudo que faço
E ate o que não faço pra ser.
L.mar

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Ascender

eu não queria te ver triste
queria te ver pelo ar agora
pra não pensar em te ver triste
pra não te ver cair pelas esquinas
atras de tantos belos canalhas
que te trarão um sorriso não teu

queria ver tua cor, cor bandeira
azul vermelho amarelo e branco
aquela estrela la de cima é tu
tu também é Recife e Olinda
subindo e descendo ladeira
ladeira íngreme dessa vida

eu queria te ver luzir, ascender
luzir o porvir agora e depois
também não queria desistir
mas se trata de ti
e tu bate outras pernas por ai
longe de mim, doida a viver
l.mar

domingo, 29 de setembro de 2013

Quando achei que o amor fosse tudo na vida..

Foi como esquecer o que é bonito
O que é impressionante
Foi como definir alegria
Mas com sorriso
E o aquecimento global
Com gás carbonico
Foi insano, instigante..

Na real,
A gente vive com o que a gente tem.
l.mar

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Darwin em: Os machistas e as Feministas

Não nos complementamos, mas nos adicionamos!

A violência não é congênita, é educacional! E advêm das (fúteis) imposições tomadas de forma generalizada! Generalizada na forma de gênero mesmo(obvio), que nessa educação ocidental, patriarcal, e até eclesiástica, definiram o gênero masculino como superior. Obviedade também é a consequência dessa educação, que nos viola e nos violenta. Qualquer discurso que privilegie algum gênero, seja masculino ou feminino, vai atrofiar seu oposto, é como a cadeia alimentar aplicada na evolução pretendida por Darwin.

Mas algum terapeuta de casal, seja de casais homo, hétero, qual afetividade que for.. sabe a solução pra tanta indiferença nessa guerra de "sexos": Transa!

Pouca importa seu gênero; transe ideias, transe amor, amizades, transe a vida!
Compartilhe o que você é e já viu, com qualquer pessoa!

Até se ele for um homem com um coração de mulher. (:
l.mar

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Janela

Esse é um dia daqueles
Que a gente aprende no esforço:.

Borboletinha, respire fundo!
Antes que falte ar
Antes que, sem medo,
Tu perca o que já tem.

Já eu, vendaval,
Medro perder o que nem tenho
Medro perder o que posso alcançar
 Mas fique a vontade de ficar..

Dentro ou fora de mim!
l.mar

domingo, 15 de setembro de 2013

Amis amant

Somos muito parecidos
na vida e na arte
no mundo, nas escolhas.
Cedo ou tarde
a gente se cruzaria
é vinho sem rolha
Nas meia duzia de ideias
transariamos numa boa
"amis-amant".
l.mar

sábado, 14 de setembro de 2013

Et cetera

Talvez não tenha dado tempo de acostumar.



..mas não teve nenhuma morena da cidade,
..se bem que foi numa sexta, não era ela,
..os sábados também não mudaram
..e eu pouco mudei, reticencias, reticencias.

Eu matando o passado, sem saber que o passado também sou eu.
l.mar

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Vermelho

Teu cinza vermelho, coração
teu sol vai se por? se for..
se ponha vermelho
no melhor das melhores tardes
- antes que tu me conte
o que te aflige, o que te alarde -
Sei que o vermelho desbotou-se
mas coração, tu não se acabousse!
Bate um pouco mais
Pinte, cante um pouco mais
a cor que nos encanta.
l.mar


quarta-feira, 4 de setembro de 2013

A-DIAR

(a todos da minha vida daqui por diante)

Têm dias que o dia finda mais cedo dias que o dia parece que não terminou têm dias que se acorda com medo, mal aparece o sol, o dia começou Têm dias que a noite se alonga a cabeça reclama, cansa de pensar e enquanto o corpo derrama na cama dentro da cabeça outro dia a passar Mas tem dias que se acorda pra sorrir e não interessa se sol, se nasce, se pôr Se o polo aparecer na linha do equador.. Há, por sinal, outro dia por vir.
l.mar

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Os Macarons e teu doce sorriso

Deu nove da manhã, eu lembrei de tu
Na borra do meu café, eu lembrei de tu
Na doçura de um café que trazia de longe
O chocolate da tua pele, daqueles Macarons.

Um cheiro tão forte de saudade e de simpatia
Lembrei pelo motivo de sempre lembrar
Da falta que já faz, do que já deixaste comigo
Lembrei pelo seu dia, pelo seu doce sorriso
l.mar

Mariana Braz

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Esquizofrenia

As vezes penso em ter
Alguma esquizofrenia
E nesse mundo perceber
Algum tipo de alegria

Que me renove a cada dia
Que me acorde a cada amor
E por fim me abraçaria
Depois de cada torpor

Mas nada assim aconchegante
Que não seja ainda insólito
Há de se tratar feito gente!

Haja ao menos proposito
Que nos seja inerente
Pra não sermos apenas coprólito
l.mar

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Fila do pão

Por mais que as coisas sejam bonitas e agradáveis, elas não merecem tanta atenção assim.
Sabe, a aparência condiz, o modo de viver, o gosto, o trabalho.
Mas nada disso nos diz ficar..
O que precisamos e o que queremos ter, vai estar lá..
inesperadamente, a ultima coisa da fila.
Cansada de ficar em pé
Sem nenhuma obrigação de sorrir de volta.
E mesmo assim vai sorrir.

l.mar

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Despir

Até pensei em trocar as roupas, eu as dei.
Toquei o livro e a música.
Deixei a barba crescer.
Fingi um naufrago, não afoguei.

Mudei a cidade.
Mudei minha humanidade.
Pelo caminho: só meus passos,
minhas pedras e seus traços.

Eu não volto.
E agora, eu não vou escutar mais.
Não devo satisfação,
para quem prefere um tanto faz.

Também não vou ajudar mais
quem se perder nesse infinito.
Que por mais que seja bonito,
o alheio nunca se desfaz.
l.mar




quinta-feira, 4 de julho de 2013

O que você não deu o nome

Nenhuma pergunta me fazer entender
o porque da sua antiga atenção
pela troca do seu silencio.

E ninguém vai me explicar
porque acha melhor ignorar
e se isso me é um tormento.

Calada.. eu perdi tempo
e foram palavras ao vento.
E desperdício, é inexplicável.
l.mar

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Ascendência

Tua ascendência ocorreu em mim
não és nem daqui, nem de fora
tens algo meio diferente
que por aqui chamo de 'sorriso pleno'.
Sorriso pleno, quando a simplicidade salta os olhos e ganha a boca.

"Aprendi a costurar umas coisas, faço ballet
Tento cozinhar e já fiz circo kkkk
Então eu sei que ele vai entender meu mundo geológico
Ou tentar pelo menos..
Porque sei que ele esta acostumado comigo sendo uma caixinha de surpresas."

Sorriso pleno, quando definitivamente aceitamos ser qualquer mudança.
l.mar

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Flor, mas de plástico

Que flores são essas que não querem ser cultivadas?
Dessas flores que de tão belas, se regam a vodca e luzes coloridas.
Dessas flores que não tem jardim, nem jardineiro, nem con-solo.

Sim, flor que é flor tem raiz aérea
(essa historia de ser livre)
e tem pétala e caule.
"Flores de plástico não morrem jamais."
Nem são capazes de dar frutos.
l.mar

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Quase nunca a vida é um balão

De vez em quando a falta do que fazer tem me deixado triste.
Procuro me convencer que tudo pode ser melhor, me convencer que basta ta bem comigo mesmo.

-Porra! Você tem noção como eu tava bem no dia que te conheci??

”Quase nunca a vida é um balão". Mas é.. é sim.
l.mar

sábado, 22 de junho de 2013

Léu alheio

Dos lugares onde passei
Lugares onde fiquei
Deixei uma cicatriz
Voltei pro lugar onde nasci
Onde por muito pouco morei
Onde por muito pequeno sorri

Tenho o mal em mim
Mas descobri luz no poste
Muito pouco da luz do sol
Recife é minha ilha de lost
Brasilia meu atol

Meu tempo sempre foi
O que fizeram de mim
Meu leu alheio
Hoje nada posso
Hoje anseio, apenas me anseio
l.mar

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Salto de Fé

Em quase todos os momentos da nossa vida, temos que partir.
E quando acreditamos que isso tudo é a arte do encontro, é quando precisamos de um salto de fé.
Precisamos seguir.
Nos convocamos diante de tantas crises. Somos escolhidos, escolhemos esse serviço.
Isso não é destino nem coincidência, alias, não confunda os dois.
No fim, apenas temos que fazer o que é pra ser feito. Fim
l.mar

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Jardim

Tenha coração grande, isso será teu elo.
Inteligentemente, coração grande.
Meigamente solidário nas palavras não tuas.
Sutilmente afável na paz dos outros.
Sorrateiramente, cultivando o jardim dos outros.

Talvez assim, pacientemente, andes por ai
pelo jardim certo, colhendo a flor certa.
l.mar

sábado, 15 de junho de 2013

Coração cigano

-Sumiste.
-To tentando não sentir saudade de tu.
-Ta sendo bem sucedido?
-Sim, parece que começaste a sentir minha falta.
-Parece não.
-Não?
-Não, eu sinto tua presença mesmo, muitas vezes de tarde. Quando vejo teus presentes, tuas rochas..
-Teu coração não é mais de pedra.
- E o teu? Coração cigano?
 l.mar

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Tô dentro

Entendi teus olhos
olhos de quem foge,
e quase não se entrega,
quase não me enxerga,
e demorar a passar.
É, sou eu que passo,
sou eu que me perco
tô fora de si,
dentro do teu olhar.

te falo, tô dentro
l.mar


segunda-feira, 27 de maio de 2013

Recife de Cordel II: O menino e sua pipa

Um rio que conta a história de um menino e sua pipa, é mais que água  é mais que terra e vento, ponte e gente, é mais que Cabral, são ilhas.Um menino e sua pipa, um parque, jaqueira, uma ladeira, Olinda, uma bandeira, Manoel. Uma cidade de casa amarela, de cana e de areia, de ritmo e folia, que tu és dentro de vários corações.És a saudade da lembrança, da violência e de vários Severinos, Josés, Chicos, Sciencens. Uma nação, amorfa de sotaque, mauristand. De outras independências surgisse, assim, laranja, Recife.
l.mar

sábado, 25 de maio de 2013

Leminski sobre você

Porque tem que ser você?
A gente mal se fala, a gente mal sabe um do outro.
Mergulhar num poço sem água, morrendo de sede..
Mas hoje ninguém cede nada!
Em Bem no fundo, parece que Leminski me avisava.."lá pra trás não há nada, e nada mais."
Nada.
l.mar

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Recife de Cordel I: a cidade que destrói utopia

A cidade que destrói utopia
me deixou engasgado
e com sorriso amarrado
de longe o que eu queria
jamais foi só coração
em transito, a mansidão
não se tem paz, nem apatia

Aqui sobra diferenças
até mesmo de cultura
também, onde sobra usura..
Aqui se tem esforço, crença
Aqui se acredita em pessoas!
O dinheiro não voa
O 'arrudeio' compensa

Recife é puro carnaval
dentro de um escritório
é ócio compulsório
numa folia descomunal
não há tempo pra sonhar
há fome de se aproveitar
o lajedo não requer estrutural
l.mar

sábado, 18 de maio de 2013

Ressaca

-To afim de ver essa tempestade passar
Como quem assiste a própria vida da varanda
To cansado dessa coisa de "quem se ama"
To precisando parar e descansar

-E se eu dissesse que espero um filho teu?
Ta um parto essa saudade toda
Ta um caos, como o vento que bateu
A ressaca veio, passou; o vento ressoa

A caneta não para
O suor pinga no papel
"- Entre achados e perdidos, todo mundo já perdeu um pedaço do céu."
l.mar

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Como fotografia

Vou sentir sua falta. Porra, que falta você me faz!
Que falta faz aquele triste olhar, derrotado pelos dias. Engraçado que somente eu achava que ele se encaixava com teu sorriso, e que sorriso. Falando em teu sorriso.. prefiro não falar, pra lembrança não escapar. To levando comigo tua presença, como fotografia. To levando comigo tua petrologia, tua textura. Descrevendo meus dias em pura saudade e pura vontade de te encontrar. Vou te olhar e te dar o melhor abraço que tenho tido. Vai ser como abraçar o infinito.
"Essas coisas acontecem uma ou duas vezes na vida, se tiver sorte."
l.mar

domingo, 12 de maio de 2013

É preciso calma, coração

Coração,

Há algo vazio nessas linhas, nesses passos
mesmo sabendo que é preciso passo firme
nessas horas de mudança e de saudade.
É preciso calma, coração.
Quem tem medo de sentir saudade
sabe que tudo valeu a pena.
Sabe que aquele sorriso acanhado
é ameno e deu paz pro teu mundo.

Qualquer dia coração, o sorriso volta
e te da o chão que tu ama tanto em pisar.
Chão que só é firme se tem sorriso e coração.
l.mar

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Outro infinito, em outro lugar

Tenho tempo para errar, tenho a vida toda pra dizer que tudo pode ser um erro.
Assumo coisas que qualquer ser com massa morreria de medo.
Assumo meus erros, assumo minhas vitorias, minhas especulações e sobre tudo meu amor..
Assumo meu amor, pois mesmo me deixando no lixo, ele me da um lugar, um lar.

Sobre minha fome de querer.. nos meus poucos quilos nem sei o que é fome.
Mas sei que o que impera por aqui já possou de resistência. Se deixei de ser viscoso?!
O que impera por aqui não é orgulho, é o doce desejo de se negar sempre e sempre.
É mais um sorriso quando se sobra tédio, é saber que posso abraçar o infinito.

Mas agora o infinito deixou de ser um céu, um horizonte, um sorriso.
Agora preciso ser outro infinito, em outro lugar.
l.mar

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Pássaros

Queria te ver entrando por essa porta
percebendo teu sorriso pequeno
Que ilumina o cômodo , sorriso ameno
mais que teu olhar quando me nota.

Te ver inclinando a cabeça, na dúvida
como quem encontra alguém inesperado
mas quis ser, mais que tudo, esperado
em cada detalhe que tu usa e abusa

Pareces não gostar tanto de detalhes
e tão pouco liga quando te atento
Mesmo quando te falo dos nossos lares

Eu tenho mais que aflição por dentro
E como os pássaros que andam em pares
Me inspiro em sonhos que invento.

l.mar

sábado, 4 de maio de 2013

Coração ameno

Que até me custe a paciência,
porque de tudo fiz ao meu alcance.
Dobrei mais que as mangas do tempo
e fiz desse instante uma grande coleção.
Pude por em teus braços o que mereces,
pois sei bem que mereces mais do que fiz.
Pude por em teu sorriso o azul mais azul,
pra me satisfaze-lo em te ver sorrir sempre.
Sei que nada me deve e nada posso cobrar
cobro do tempo o encontro certo, outra vez.

Já que me cubro de teus sorrisos e paciência,
sei que vou me cobrir de saudade como nunca.
Que eu não tenha memoria para lembrar, então
do momento exato que decidi te acompanhar
do momento exato dos caminhos de teus olhos
do momento exato dos caminhos de teus sonhos
percorrendo e confiando-te minha pele e pelos.
Então decido que te esqueço não te esquecendo
descobrindo que o que pertenço é ainda pequeno.
Ainda, um dia, posso caber no teu coração ameno?
l.mar

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Um par de martelos

Quando alimentamos nossos sonhos
(o meu alimentou o teu e o teu o meu)
nos entendi de uma maneira simples:
Somos dois querendo ser dois,
um par de botas e perneiras
um par de martelos no chão,
fixando o olhar ao horizonte
vendo que esse tempo há de ser
mais adiante que o daqui a pouco.

É que o tempo tem dessas coisas..
Erodi, transporta, mas litifica.
l.mar

sábado, 27 de abril de 2013

Teu sorriso, teu brilho

Nessas asas de vidro
um abrigo, pode ser o teu
um abraço amigo
pode ser o teu..

Mesmo indo, vou contigo
e esse céu é menor
que teu sorriso se abrindo,
céu é teu sorriso se abrindo..

Escondendo a felicidade
num canto, perdido
dos olhos que abrem
e enfeitam teu brilho.

E teu brilho cega
esse mundo inteiro
que só me tem por inteiro
se tem teu sorriso.
l.mar

quinta-feira, 25 de abril de 2013

A coisa mais simples

Eu quis escrever a coisa mais simples que vi em você
E juntei:
a praia com areia mais branca,
o fim de tarde com o céu laranja
a noite brilhando as luzes das estrelas(somente)
aquela serra de arenitos coloridos(na estante)
o mar calmo, como se sobrasse apenas argilas

Mais tarde te chamo pra sair pelo mundo, martelando.. e chamando isso de amor.
l.mar

terça-feira, 23 de abril de 2013

Já dizia Cazuza..

Agora vem e me pergunta quem são.
Digo que tenho inocencia nua.
Do que sou feito, e se sou são
se moro na mesma rua,
se tenho compaixão..

Eu ando de ônibus,
e finjo que a cidade não me engoliu.
To na geração do meio,
e mesmo sendo inteiro,
boa parte de mim já partiu.

Quem sabe a viagem me convença
e eu me entorne o lúdico e oferecido.
Pois aqui só me atenho distraído.
Consumindo meus passos de esperança.
Rebolando nessas asas de vidro.

Mas ainda teve uma droga, e me seduzia!
Foi me torna filho, madrasta terra.
Que se mostra eficaz e assim erra,
dando aos seus filhos de orgia
a raiva que dilacera.

"Não tive tudo na mão, né vó"
"Depois morre e não sabe porque"
"macho que é macho.."
E mais uma vez esqueci a rima,
Apenas sabia fazer o de casa.

Sei o que faço, e porque faço,
mesmo sabendo que não tenho resultado.
É que quando se nasce
alguém grita do espaço:
" -Mais um achando que de tudo sabe!"

l.mar

domingo, 21 de abril de 2013

Em mí menor, se nasce maior

"Calma que o sol é o mesmo de lá,
Calma que a nuvem um dia vai passar

Em mí menor, se nasce maior."


Em mí menor te fiz coroada com as belezas do mundo.
Te dotei das melhores coisas e de lá um por do sol.
E a esperança nunca estaria em mí bemol.

E não sabendo esquecer, desaprendi a escrever.
"Entro de sétima, modulo o tom.. a musica é outra.
Mas a melodia é sua, já não podia prever.

Nasci maior.
l.mar



sexta-feira, 19 de abril de 2013

Pedras brilhantes e azuis

E nos entendemos muito bem.
Nos sabemos nossos sonhos, e eles não são feitos só de pedras.
Existe sempre aquela casinha velha de madeira, entre as cachoeiras.
(Cheia de cachorros)
O que não consigo te dizer esse tempo todo:
- Incrível, como você consegue ser mais incrível a cada dia.
O que não consigo me dizer esse tempo todo:
- Porque não digo que tu é especial?

Qualquer dia desses, eu te deixo um rastro de pedras pelo caminho..
pedras brilhantes e azuis, aquela mesma.
Pra ver se tua estrada cruza a minha, e largo de vez esse receio
de achar que tua estrada vai mais longe que o céu.
(tão alto para minhas pedras).
l.mar
Cianita

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Toda mulher é um iceberg

Toda mulher é um iceberg
é a ponta do mundo sobre o mundo inteiro.
Toda mulher é imensa geleira,
deixando rasteira no chão estreito.
Toda mulher é terra crua
é rocha nua esperando lapidação.
Toda mulher é bacia e cratera
que minera qualquer vastidão.

..é a falha transcorrente, que segue tangente
e arrasta as camadas findando a tensão.

..é vulcão viscoso, derramando e abraçando
basculando, falhando, e depois, deformação.
l.mar

domingo, 14 de abril de 2013

Vertigem

Tenho a obrigação de me contar a pior das historias todos os dias. Antes isso fosse show ou drama de um ser que fala muito, vive pouco e espera demais.

A historia se trata de um animal, um qualquer, mamífero, inseto, algo que apenas se reconheça: animalesco. E a historia desse animal é sobre uma estrada clara, linear, e por isso mundana. Porem ele faz questão de faze-la 'sua casa, seu lar', um espetáculo. Mas quantos espetáculos existem em meio a tantos outros? Quase não sabemos.

Esse espetáculo era seu maior amor, dava-lhe imensas esperanças.O enredo não importa, mas o fim lhe deu gastura, vertigem! Como alguém que cai em si, e na própria realidade que mal existe.
l.mar

terça-feira, 9 de abril de 2013

No meio de um planalto vazio

Imagina se fosse pra dar certo? Você não seria tão sonsa assim.
Eu conheceria as pessoas certas nos momentos certos, e a cada passo o sinal ficaria verde.
Mas o chão pesou, você murchou, subductou, e o máfico se expôs, se erodiu..

Bem no meio de um planalto vazio!
l.mar

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Meu ópio, meu amor..

Achei que você iria ligar as meia-noite. Também achei que você ficaria mais um pouco naquela tarde.
Também achei que você perceberia minha imensa patologia em esquecer o passado, como se não me lembrasse do mundo antes de você. Te lembro todo dia, e isso esta sendo cancerígeno. Estou aidético, leucêmico, e você me tira todas as forças.. Meu ópio. E agora é doença, o que antes foi remédio.

l.mar

quarta-feira, 27 de março de 2013

Caçador de propósitos

Confirme-se, conforme-se!
Conte-se como é beirar a beirada do tempo.
E como é sentir-se aflito e atento?
Diga-se se não é? Diga-se então se é!
Faça-se de esperto e cale-se..
E de vinho tinto, de sangue, embeba-se!

Mas sabe-se que com as musicas.. oh Deus!
Não se passa dessa vida sem magoar ninguém.
Já não poderia ter havido felicidade sem esquecimento.
l.mar

sábado, 16 de março de 2013

Coração-túmulo

Tenho que pensar
sobre o que vou escrever
sobre o fato de aguentar
a distancia que tomas de mim

Tenho que lembrar
e tua pergunta me fez dizer
se é pra arranjar
alguém bacana assim

Hesitei em te falar
e de cara responder
que passei por esperar
tua volta e teu sim

E o que me fez imaginar
que você poderia entender?
que minha ilusão era festejar
a primavera em teu jardim?

Você vivia a brincar
o carnaval que parece perecer
a quarta-feira que vai acinzentar
meu coração-túmulo em festim.
l.mar

quarta-feira, 13 de março de 2013

Seu, em 3x4

No que você me prende tanto?
"Você me tem fácil demais, mas não parece capaz de cuidar do que possui.."

Ainda é mistério o que fazes de mim.
O que me engole com palavras e promessas, me toma de um jeito, do qual, duvido, alguém ter se dado tanto assim para alguém.
Se devo comer na sua mão, eu não sei. Talvez eu tenha nascido pra ser leal ao que sinto.
Mas se isso for psicose.. o que sinto já tem nome, e não seria diferente do teu.
Pra ti, sou tão barato, que qualquer encontro me ganhas.. sim, me sinto vadio na tua boca e no teu peito.
l.mar

domingo, 10 de março de 2013

Ainda ganho o mundo dentro de ti

Desde quando a gente se escolheu,
nunca deixamos de ser pra nos dois.
Mesmo quando a chuva apareceu,
tudo despencou, e ficou pra depois.

O mundo era sorriso e esperança.
Nossos passos já nos fizeram voar.
Qualquer coisa meiga, uma criança
e eu já sabia que podia te esperar.

Em quantas rimas pobres te amei?
Se nos poemas mais baratos, agredi.
Ponho em nós a vida que solucei.
Ainda ganho o mundo dentro de ti.
l.mar


O verde fazia sentido, Sartre.

Perdi meu maior presente no passado.
E enquanto coloria meu mundo de cinza,
evitei sujar meus pinceis com os verdes mais bonitos.
Foram olhos que me olharam e me levaram ao céu.
E eu acreditando que as nuvens machucavam mas que pedras.
Isso não fez sentido, Sartre.
l.mar

segunda-feira, 4 de março de 2013

Audácia

Não tenho sido triste a muito tempo,
nem tenho sido melancólico o suficiente.
Tenho tentado firmemente,
descansar do que acho tão prudente,
embora eu saiba voar a favor do vento.

Piso e vou onde posso enxergar,
os afloramentos in situ me fizeram crescer.
Ponho mão e meu coração onde posso ver.
Pratico desapego entre outros clichês.
Mas sei valorizar o que se é de valorizar.

E não vou me acostumar a prever meu dia,
pois certeza já tive, e tenho tido de monte.
O que vejo de perto já parece ser o de longe,
e onde estou hoje, não é onde estive ontem.
Esta audácia por mudança, por enquanto, sacia.
l.mar

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

É.. morena

Minha pernambucana raiz.. dá de lá,
teu sorriso mais aconchegante.
Chega a mim, e precede o gostar,
tua vontade mais excitante.

Teu pisar de pé seco, liso
em grama fresca, molhada.
Tua liberdade que tenho dito..
espere também partida e chegada.

Espere meus cachorros e teus gatos.
Espere vinho e musica no mesmo teto.
Espere alguém tocar teus tatos
e te encontrar nos teus afetos.

Espere encontros e desencontros
que vida nada mais é que viver.
Mas conte pra mim teus contos,
que te conto o que é te querer.

Nossas escolhas nos esperam,
Ainda é cedo, mesmo sendo tarde.
É.. morena, que já é de adiantar
a felicidade e a tranquilidade..

Mas me dê motivos pra te visitar
como faço na minha querida cidade.
Já amo tuas musicas e teu dançar,
porque sorrir é ser com coragem!
l.mar

-para ana

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Tenho três dias

Um dia a felicidade me toma, e eu a tomo na mesma proporção. Nesse dias apenas me sobra carência.
Outro dia, que poderia ser uma terça-feira, porque ninguém gosta de terças, não gosto de ninguém.
Noutro dia envelheci algumas semanas, aprendo a gostar, a respeitar; sei bem me divertir e a trabalhar.

No fundo me canso de cada dia, e o cansaço é o que me faz viver. Morremos aprendendo a viver.
E quem não gosta disso, é quem deve saber ser feliz de verdade.
l.mar

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Cortejo, Corte-jú

Você diz que corria, e que eu falo demais,
que mal sabe o dia que ficaste em paz.
Tua pele tão fria, meu desejo fugaz,
só perdeste a alegria olhando pra trás.

Perdeste no caminho que ainda te espero,
não voaste do ninho, que pra ser sincero
te mata em espinho, em refrão de bolero.
E eu tão mesquinho, não sou tão esmero.

E eu perturbado, pra ti, me entreguei..
em amor violentado a canção de rei.
Te fiz em reinado que até musiquei.
Mas meu eu, injuriado.. eu não bisei!

Depois dessa peça, eu devia bisar??
Desta vez que promessa devo rezar?
Meça o que fiz e um dia saberá..
Peça e mude a si, que eu vou viajar!
l.mar

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Carta-Jú

Pois não basta me esconder dentro de qualquer cartola, ou de qualquer caetano. Não tivesse consciência.. consciência que eu, mais do que ninguém preciso de alguém como você, com essa tua rebeldia tão inocente. Me perdeste e me ganhaste, e isso pouco conta. O que sempre contou foi as poucas vezes que algo de concreto aconteceu. Porem, até isso moça, hoje me lacrimeja só em sonhos. E quando notares, não sobrará nem conto, nem cartola, nem tua carta.
l.mar

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Topázio Azul

Nem esperou minha fronteira se abrir. Não me deu nem seu ultimo brilho. Coisa de alemão.
E me deixou parodiando Djavan: "meu coração, vaso quebrado!"
Fez-me substituir-te pelo sol, bem menos duro, bem mais denso, mas "amarelim, amarelinho!"

"O amor é azulzinho!"
l.mar

domingo, 27 de janeiro de 2013

Who looks at you the way I do?..

E quem quer teu perfume e teus olhares de novo?
E aquela foto da sua mão na minha?

Toma tua musica e minha saudade, tudo o que posso te dar.
l.mar


sábado, 26 de janeiro de 2013

Tenho coisas novas por dizer


"Engole o choro menino,
que ao menos tu vivesse..
Pega teu violão e toca,
pega tua viva e roda.."

Viajasse por essas terras
e tantas vezes, visse muito..
E embora cheio de brechas,
somando.. saísse no lucro.

Sem 'atrupelo' e melodrama,
mesa de bar é pra disfarçar.
Já deitasse em muitas camas,
importante mesmo é estudar.

Discos te ensinaram a amar,
e não foi pouco não.
Tentaram te definir, te achar..
O que explode no teu coração?

Diz não! Que o importante
é o esforço de se conviver.
É aceitar o dissonante,
e querer quem te faz querer.

E não importa qual lado,
tenha apenas a certeza,..
"em pensamentos sobre meu cavalo"..
"que tenho coisas novas por dizer".
l.mar